Por: Fabiano Carvalho
Antes de falar do batismo cristão faz-se necessário fazer um breve comentário sobre o batismo de João Batista.
Este batismo simbolizava um ato externo de arrependimento e purificação como eram os ritos judaicos de purificação (Lv 14,8; 15,16-18; Nm 19,19).
João Batista batizava apenas com água por isso seu batismo não era eficaz.
Jesus Cristo embora não precisasse se purificar ou arrepender-se, faz-se batizar por João Batista, ato este onde o Espírito Santo desce em forma de pomba (Mt 3,16), isto apenas para antecipar o que viria a ser o Batismo cristão.
Uma vez que este seria um novo nascimento na água e no Espírito Santo, enquanto o de João era apenas um simbolismo externo de arrependimento.
Mas como se sabe apenas este simbolismo da água é inútil se não é acompanhado de um verdadeiro fruto de conversão, que não é apenas um ato externo, mas algo que vem de dentro e só Deus pode ver (Mt 3,6;10).
O batismo de João Batista tinha como finalidade a preparação para a vinda do Messias, pois João era o precursor e com a vinda de Cristo, este perde o seu significado, a partir daí o Batismo em Cristo é um só (Ef 4,5).
A Igreja Católica se manteve fiel a Cristo, apesar dos pecados dos seus filhos, professa uma só fé, um só batismo, um só Senhor.
• O Batismo No Espírito Santo
A Igreja ensina que a palavra “Batismo” indica o sacramento da iniciação cristã. Em alguns grupos da RCC usa-se a expressão “batismo no Espírito Santo” sem a devida preocupação com o profundo significado do termo, por isso, a CNBB orienta que é melhor evitar o uso da expressão por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como “efusão do Espírito Santo”, “derramamento do Espírito Santo”.
O Batismo No Espírito Santo ou Batismo Cristão é considerado superior ao de João Batista, pois alem do simbolismo da água recebe-se junto com o Espírito Santo.
Este Batismo Cristão não é apenas um ato externo, pois ele é eficaz, tornando quem por ele passa filho de Deus, por isso a igreja de Corinto batizava até os mortos (1 Cor 15,29).
O Batismo incorpora a pessoa a Igreja que é o Corpo de Cristo (Ef 1,22s) sepultando o velho homem para que mortos para o mundo sejamos ressuscitados para Deus (Rm 6,1-11; Cl 2,11-13).
Assim o Batismo faz com que fiquemos revestidos do próprio Cristo (Gl 3,27).
O Batismo valido não pode ser administrado mais de uma vez e muito menos ser revogado.
O Batismo imprime um selo espiritual definitivo de pertença a Cristo (Mt 28,19; Ef 4,30), este batismo, portanto é o selo da vida eterna.
Entendido assim o Batismo alguns Perguntarão:
“É licito batizar crianças?”
No que podemos responder:
Os pais têm o dever de nutrir seus filhos tanto fisicamente como espiritualmente.
Como não se pode esperar a criança crescer para que escolha o que quer comer, assim também é no plano espiritual.
O que é melhor do que ser filho de Deus e receber o Espírito Santo?
Os pais vão privar seus filhos dessa graça e deixar que os filhos cresçam como pagãos para só depois de velhos perguntarem se estes desejam ser filhos de Deus?
Como na antiga aliança de Deus com o povo de Israel também não ficavam de fora as crianças, não haveriam de ficar estas de fora na nova e definitiva aliança entre Deus e os cristãos (Cl 2,11-13).
O Batismo é eficaz por si mesmo, mas a graça de Deus age com mais eficácia à medida que colaboramos com ela.
Muitos argumentam que Jesus se batizou adulto, porém se esquecem que o Batismo de João de forma alguma é o mesmo Batismo Cristão.
Também há de se observar que Jesus não recebeu o sacramento do Batismo como Ele posteriormente mandaria seus discípulos batizarem.
Na bíblia é narrado que varias famílias inteiras eram batizadas e em momento algum se diz ao menos implicitamente que as crianças da casa foram excluídas.
Veja os exemplos:
Pedro batizou o soldado Cornélio e toda sua família (Atos 10,47-48)
Paulo batizou o carcereiro e todos os seus (Atos 16,33)
Paulo batizou Lídia e toda sua família (Atos 16,14s)
Paulo batizou a família de Estefanas (1 Cor 1,16)
Paulo batizou Crispo e todos de sua casa (Atos 18,8)
Portanto é baseado na fé dos pais que se batizam os filhos (Atos 16,31), pois assim também era com a circuncisão.
O Batismo, portanto é um novo nascimento como ensina Jesus (Jo 3,3-8).
Quem porem tem o direito de tirar isto das crianças?
Jesus é enfático ao dizer: “ide pelo mundo e ensinai a todas as gentes batizando-as...” (Mt 28,19; Mc 16.16)
Acaso criança não é gente para lhe negar este direito?
Há também o fato que em nenhum momento na bíblia se encontra a ordem para se batizar apenas adultos.
O Batismo como não é uma matricula em um clube, não exige de quem é batizado a vontade explicita para tal.
Assim este renascer para a ávida nova de filhos de Deus que é o batismo, acontece mesmo que a criança não tome conhecimento do fato.
É justamente este renascer do batismo que nos torna herdeiros (Gl 3, 27-29), a criança em si ainda não pode professar sua fé, porem a fé dos pais é que será plantada nos filhos.
Como foi dito antes, nenhum pai espera o filho tornar-se adulto para perguntar se este quer se alimentar, se vacinar, estudar, ir ao médico, etc. Da mesma forma estes pais devem proceder na alimentação espiritual de seus filhos. Assim se amanhã quando forem adultos estes renegarem a fé o mau será menor, pois alem de você ter feito sua parte, a semente de Cristo já foi plantada e um dia poderá germinar.
O Batismo realiza este nascimento (Tt 3,5) sem o qual o Cristão não pode entrar no Reino de Deus (Jo 3,5).
• Imersão ou Aspersão?
O que conta no Batismo é ter água e não a quantidade da mesma, por isso tanto um como outro são validos desde que pronunciadas as palavras certas e atestada a fé de quem o ministra.
Na bíblia temos exemplos claros de batismos por aspersão:
O carcereiro batizado na prisão é um exemplo clássico, pois é sabido que não há piscinas no cárcere, sendo, portanto este batismo por aspersão (Atos 16,33)
Filipe e o camareiro etíope também ilustram bem como o batismo não precisa ser por imersão, uma vez que entre Gaza e Jerusalém deserto adentro não há rios ou lagos, o que sugere que este batismo ocorreu numa poça d’água (Atos 8,36).
Em pentecostes na conversão de mais de 3000 pessoas e seu batismo também dá a entender pelo numero de fiéis, pelo local, pelo tempo que segundo a bíblia ocorreu tudo em um dia. Assim se o batismo fosse por imersão e se gastasse um minuto por pessoa e se fossem doze os ministros do Batismo se gastariam em media 5 horas para isto no mínimo. Portanto é de se crer que este batismo foi por aspersão (Atos 2,41). O rio mais perto fica a algumas horas de caminhada e os poços e piscinas ficam a algumas quadras dali. Esse fato se deu às nove da manhã (Atos 2,15) e a julgar que Pedro pregou por algumas horas e que a bíblia não relata que esta multidão saiu daquele lugar, fica difícil imaginar o batismo por imersão neste caso.
Só lembrando que o dia dos judeus vai das 6 da manhã ate às 18 horas.
Para reforçar o batismo de crianças vou citar o que disse o mestre: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais porque delas é o Reino dos Céus” (Mc 10,14s).
Deus convoca e reúne o povo de todos os recantos da terra, para constituir a Igreja dos que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Jesus Cristo e templo do Espírito Santo.
O Batismo consiste apenas em imergir na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e pode ser ministrado por qualquer pessoa desde que o batizando esteja em perigo de morte.
Para ser batizado se requer a profissão de fé no caso do adulto deve ser pessoal, no caso da criança deve ser feita pelos pais e pela Igreja. Também os padrinhos têm responsabilidade na preparação para o Batismo, bem como no desenvolvimento da fé e da graça batismal.
O Batismo é necessário a salvação para quem já foi evangelizado. Nos casos de quem sem culpa própria ignoram o Evangelho, Deus por meios que só Ele conhece pode salva-los. Há também os casos chamados de “Batismo de sangue” onde o individuo morre por causa de sua fé em Cristo, mas ainda não foi batizado e também não menos importante é o “batismo de desejo” onde o individuo procura a Deus com sinceridade e procura cumprir sua vontade mesmo sem conhecer a Igreja. Já as crianças mortas sem batismo são confiadas a Deus e em sua misericórdia.
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
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